15 dias tentando escrever todos os dias

Hoje, esse pretensiosamente despretensioso, completa 15 dias de existência, e este é o 15º post publicado nele. Não foi um por dia porque houve dois sem publicação, mas compensados pelo entusiasmo dos primeiros momentos, que levou a três posts no primeiro dia.

Esse histórico mostra bem como funciona a motivação e a rotina da gente, mas esse texto não é sobre as variações da energia e da disposição, mas sobre por que um blog e por que nesse formato.

Há alguns dias, falava sobre a importância dos comentários para os blogs, e essa é a principal razão para isso ser um blog. Como diz Glauber Rocha, “Todos nós temos um ego semelhante”, e boa parte do que a gente fala é direcionado a interlocutores, seja em busca de público ou diálogo. Mas contexto importa, e o nome desse blog, “Mas divago…” captura uma frase com que, vezemquando, encerro digressões nas redes sociais. Serve para reduzir o peso de tudo que é publicado aqui, para permitir a saída de emergência de dizer “não, isso são apenas algumas divagações, nada muito sério ou pensado à exaustão”, porque o convite ao diálogo também é um convite à crítica. E a crítica, ou melhor, o medo da crítica, leva ao perfeccionismo, aos inúmeros rascunhos acumulados de textos iniciados, mas nunca completos, nunca bons o bastante. A causa mortis de muitos blogs ao longo do tempo é o sufocamento sob o excessivo peso dos rascunhos.

Sendo apenas divagações, nenhum desses posts se presta a encerrar nenhum assunto. Sempre há pontas soltas, caminhos a seguir, mas o post termina quando a linha de raciocínio que o motivou se encerra. Talvez a vontade de perseguir todas as pontas soltas seja o pior dos vícios de escrita que a academia nos causa, e fugir dele é um dos motivos desse blog existir.

O nome também dá a liberdade de ter um escopo tão amplo quanto poesia, confissões e discussão sobre política econômica. Ao longo do tempo alternei várias vezes entre os blogs genéricos e os especializados e talvez o erro tenha sido ter ambos como opções excludentes, em vez de complementares. Sim, outros projetos continuam existindo, tendo suas casas especializadas, mas aqui vai o acumulado nas gavetas ao longo do tempo, literalmente.

Alguns destes posts nasceram de uma planilha para onde exportei coisas que abordei nas redes sociais e que mereciam um pouco mais de caracteres e um endereço mais fixo e fácil de encontrar. Sem esse expediente de reciclar o lixo digital que deixamos nas redes, provavelmente não haveria outros 14 posts antes desse, mas muito menos. Se o excesso de rascunhos é ruim, um estoque de tiradas e insights ajuda muito.

Não pretendo que essas soluções que estão funcionando para mim tenham utilidade universal e sejam lidas como “passos simples para escrever mais”. Isso seria autoajuda ou, como dizem os jovens, papo de coach. Mas é tendo contato com outras experiências que a gente adquire a sabedoria para as nossas próprias decisões. Essas são as causas por trás da forma que esse blog assumiu, mas divago…

← Post anterior

Post seguinte →

1 Comentário

  1. @masdivago Mas a verdade é que metade da graça em manter um blog é usar tags e ver elas formarem um grafo conectado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *